Dedicar-se a uma atividade artística como hobby assemelha-se a um tipo de psicopatologia. É se entregar ao mais diligente ludismo, voltando as costas às satisfações só possíveis nos momentos ociosos do dia a dia. Do mesmo modo, aplicar tempo e esforço sem pretender recompensas materiais, ou mesmo aprovação por parte de quem seja. O que vale é a satisfação pessoal, o incondicional fazer pelo fazer. Nunca abrindo mão de realizar algo bem feito, com a paixão sempre acesa.
O sujeito trilha esse caminho sem que ninguém queira, peça, ordene ou implore... Quem quer é apenas quem pratica. O amor ao processo faz o tempo voar. Os resultados tornam compensadores todos os momentos desse caminho solitário (a abençoada solidão). O fazer artístico é a convergência do artista com a sua criação e, ao mesmo tempo, a conexão consigo mesmo e sua identidade.